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domingo, 19 de junho de 2011

Círculo do Amor Fraternal

Ele quase não viu a senhora e o carro parado no acostamento, mas de repente percebeu que ela precisava de ajuda. Assim, parou o carro e se aproximou. O carro dela parecia que cheirava a tinta fresca, de tão novinho. Mesmo vendo o sorriso dele estampado na face enquanto vinha em sua direção, ela ficou preocupada. Ninguém havia parado para ajudar durante a última hora. Será que ele iria aprontar alguma? Não parecia um homem seguro; parecia pobre e faminto. Ele percebeu que ela estava com medo e disse: Só estou querendo ajudar minha senhora. Por que não espera dentro do carro, que está quentinho? A propósito, meu nome é Bryan. Todo o seu problema era um pneu furado, mas para algumas mulheres aquilo era um transtorno e tanto. Bryan abaixou-se, encaixou o macaco e levantou o carro. Logo já estava trocando o pneu. Enquanto apertava as porcas da roda, a senhora abriu a janela e começou a falar com ele. Contou que era de St Louis, que estava de passagem por ali e que não sabia como agradecer a preciosa ajuda. Bryan sorria enquanto se levantava. Ele estava bastante sujo e tinha ferido uma das mãos. Enquanto perguntou quanto lhe devia pois qualquer quantia seria pouco para ela. Já tinha imaginado todas as coisas terríveis que poderiam ter acontecido se Bryan não tivesse parado para ajudá-la. Bryan, contudo, não pensava em dinheiro. Aquilo não era um trabalho para ele. Gostava de ajudar quando via alguém em necessidade, e Deus já o ajudara bastante. Era o seu modo de viver, nunca o ocorreu agir de outra forma. Disse ele: "Se a senhora quiser realmente me retribuir, da próxima vez que encontrar alguém precisando de ajuda, dê a essa pessoa o que ela precisar". E acresentou: "E pense em mim". Esperou ela sair com o carro e também se foi. Tinha sido um dia frio e deprimente, mas ele se sentia bem agora, indo pra casa, desaparecendo no crepúsculo. Alguns quilômetros adiante a senhora encontrou um pequeno restaurante. De baixo da fria chuva que caia, entrou para comer alguma coisa. Era um lugar sujo, um cenário inteiramente estranho para ela. Logo que a viu entrar, a garçonete se aproximou trazendo na mão uma toalha limpa para secar o cabelo molhado, e lhe dirigiu um sorriso tão doce que mesmo um dia de trabalho pesado não pôde apagar. A senhora notou que a garçonete estava grávida, provavelmente no oitavo mês, e observou encantada, como a moça não deixava a tensão e as dores mudarem sua atitude delicada. Ficou curiosa para saber como alguém que tinha tão pouco podia tratar tão bem um estranho. Então se lembrou de Bryan. Depois que terminou a refeição, enquanto a garçonete buscava o troco para a nota de cem dólares que lhe havia entregado a senhora se retirou. Já tinha partido quando a garçonete voltou a mesa. A moça ainda se perguntava onde a senhora teria ido, quando notou algo escrito em um guardanapo. Ao pegá-lo encontrou em baixo dele mais notas de cem dólares. Havia lágrimas em seus olhos quando lera o que a senhora escrevera:"Voçê não me deve nada, eu já tenho o bastante. Alguém me ajudou não faz muito tempo e da mesma forma estou ajudando voçê agora. Se realmente quiser me retribuir, não deixe esse círculo de amor terminar em voçê". Bem, pensou a garota, haveria muitas mesas para limpar, açucareiros para encher e pessoas para servir. Naquela noite quando foi para casa e se deitou na cama, ficou pensando no dinheiro e naquilo que a senhora escrevera. Como pôde saber que ela e o marido precisavam daquela quantia? Com o bebê chegando no próximo mês, a vida estava nada fácil para eles. Virou-se para seu marido que dormia com uma expressão preocupada, deu-lhe um beijo suave no rosto e sussurrou ao seu ouvido. Tudo ficará bem. Eu te amo, Bryan. A lei da semeadura é infalível.

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